quinta-feira, 28 de junho de 2007
segunda-feira, 25 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
deságuo
Como água na pororóca,
Rebenta toda, se soca.
Água na água.
Rio deságüe e mar acolha.
Não há escolha.
Mesmo que lute, há luto.
Depredação. Arrebatamento.
Sofrimento. Confusão.
O rio quer
O mar não.
Pororóca ativa
em corpóreo sertão.
Luto contínuo, há barro,
vento, respingo, solidão.
A beleza esta no olhar de fora, mas entre...
Venha ver esta desconstrução.
Veja de perto a carne vermelha,
o sangue roçando a pele, veia por veia.
Os pulmões chocando-se com o ar,
Que atravessa o estômago, âmago
E dá-me um nó.
Tudo quanto carne vira água.
E jorra, jorra-se de um dentro.
Avalanche pororóca.
Luto. Luto.
Deságuo.
Assim como o rio tranqüilo num grande mar...
Avalanchepororóca.
O rio quer.
O mar não.
E o sertão toma conta de todo o vão
Na luta entre o querer
E o não.
Rebenta toda, se soca.
Água na água.
Rio deságüe e mar acolha.
Não há escolha.
Mesmo que lute, há luto.
Depredação. Arrebatamento.
Sofrimento. Confusão.
O rio quer
O mar não.
Pororóca ativa
em corpóreo sertão.
Luto contínuo, há barro,
vento, respingo, solidão.
A beleza esta no olhar de fora, mas entre...
Venha ver esta desconstrução.
Veja de perto a carne vermelha,
o sangue roçando a pele, veia por veia.
Os pulmões chocando-se com o ar,
Que atravessa o estômago, âmago
E dá-me um nó.
Tudo quanto carne vira água.
E jorra, jorra-se de um dentro.
Avalanche pororóca.
Luto. Luto.
Deságuo.
Assim como o rio tranqüilo num grande mar...
Avalanchepororóca.
O rio quer.
O mar não.
E o sertão toma conta de todo o vão
Na luta entre o querer
E o não.
Grito II
Ahhhh saia de mim dor de peito partido...não és tu que me controla, são só os meus sentidos....
Saia de mim dor de peito remoído, dor de posse do outro, dor de angústia de ser.
Choro...choro...deságuo a água impura...pura, católicamente pura, judaícamente pura, pura, pura, puro monte de prisões...grilhões, assim formam–se minhas aberrações....!
Aprisionado em conceitos construídos além do eu e corporeificados no corpo. Ahhhh....
Mantenho então o mundo num oco vão de corpo insano.
Reconstruo o construído. No que acredito?
Eu quero o grito.
O grito que confunde e funde todos os pedaços do eu no chão. Junto à terra. Ao fosso nas águas escuras e profundas, nos becos dos lençóis freáticos. Frenéticos afazeres diários...cotidianos passando, cotidianos passando, cotidianos passando.
Eu quero o grito.
O grito que escancara a cara. Estampa a fissura, rasga o osso e sangra dentro dum moço.
Ah moço. O que queres? O que queres? O que queres?
Eu quero o grito.
Eu quero o sopro.
Eu quero a rouquidão do meu cansaço em grito.
Eu quero meu corpo são.
São diversos e confusos. São.
Eu quero meu corpo são.
Saia de mim dor de peito remoído, dor de posse do outro, dor de angústia de ser.
Choro...choro...deságuo a água impura...pura, católicamente pura, judaícamente pura, pura, pura, puro monte de prisões...grilhões, assim formam–se minhas aberrações....!
Aprisionado em conceitos construídos além do eu e corporeificados no corpo. Ahhhh....
Mantenho então o mundo num oco vão de corpo insano.
Reconstruo o construído. No que acredito?
Eu quero o grito.
O grito que confunde e funde todos os pedaços do eu no chão. Junto à terra. Ao fosso nas águas escuras e profundas, nos becos dos lençóis freáticos. Frenéticos afazeres diários...cotidianos passando, cotidianos passando, cotidianos passando.
Eu quero o grito.
O grito que escancara a cara. Estampa a fissura, rasga o osso e sangra dentro dum moço.
Ah moço. O que queres? O que queres? O que queres?
Eu quero o grito.
Eu quero o sopro.
Eu quero a rouquidão do meu cansaço em grito.
Eu quero meu corpo são.
São diversos e confusos. São.
Eu quero meu corpo são.
terça-feira, 12 de junho de 2007
O Último Americano Virgem
Um filme do início dos anos 90, tipo besteirol americano de adolescentes tarados, e ontem estava pensando porque este marcou minha adolescência. Relembrando o filme vi que o que me marcou foi que o jovem protagonista, um tipo não feio, mas não atlético, da turma dos que pensavam mais e tinham menos músculos, que sofriam toda aquele preconceito na escola por ser diferente, é apaixonado por uma bela moça. A moça no entanto, sua amiga, é do tipo bonitona que sai com os caras do time de futebol, ela é apaixonada por um deles, o tipo cachorrão, que sai com várias, trai a moça, faz e fala um monte de merda. Até aí é mais um filmezinho de romance que no final o protagonista bonzinho fica com a donzela arrependia. Mas não, o protagonista que cuida durante o filme todo da bela moça, sua paixão, é também amigo do atleta cachorrão, e ele fica sendo o ombro da moça, o grande amigo...! No fim sei que ela engravida do atleta, o cara dá um pé na bunda dela durante toda a gravidez e quem fica do lado dela? o protagonista, é ele quem cuida, arruma trabalho, sustenta a moça, assumi um monte de bucha, e a moça se diz apaixonada. No final então quando ele vai ao hospital vindo do trabalho que arrumou para ver a criança e a mãe, trazendo flores, vê a moça abraçada com o atleta... O filme acaba aí. E pensando porque é que ainda lembro deste filme e talvez ele não seja bem assim, mas esta situação ficou gravada na minha fuça. Ontem descobri, no filme o rapaz é considerado um coitado por todos e também pela pessoa que ama. Isto me doía muito, e vi ontem que ainda dói, lembro disto porque sou pobre, filho de pais considerados coitados nas suas famílias, todos os dois trabalhadores que se arrebentaram de trabalhar para sustentar os filhos, minha mãe trabalhou dias e noites, várias e várias vezes para poder deixar para eu e meus irmãos a única coisa que ela achava que poderia nos dar, uma boa educação, pagou uma escola particular, depois que me formei na 8 série minha mãe ainda devia uns 3 anos de mensalidade minha. Neste processo entendi que sempre fomos coitados, minha família é uma família de coitados, coitados na escola pois não tínhamos o uniforme certinho, não tínhamos tenis da moda, era um bamba, um conga furados(por isso quando ganhei meu primeiro salário comprei um tenis de marca e não entendia o porque), ganhávamos o uniforme velho dos primos ou dos filhos de professores, que nos ajudavam ainda com os livros. Passei minha infância sendo tratado como coitado e sei hoje, de manhã, de madrugada, o porque tenho raiva quando acham alguém coitado, todo pobre é um coitado, e tenho raiva disto porque não somos. Estes projetos socias estas cenas grotescas de mentirosas mostrando propaganda de projetos, associações, crianças tocando instrumentos eruditos com cara de felizes e bem alimentados, mas com as roupas esfarrapadas isto tudo, é tratamento de coitado. À merda com isto, com esta sociedade burguesa e filha de uma Puta (que não teve culpa), esta sociedade hipócrita tratando os outros como bichinhos....! Grande raiva. Sou educador e fico com muita raiva , e agora percebo isto quando vêem as crianças da favela, com as quais trabalho, como bichinhos...olhe-os nos olhos, vão ver a vida ali, vão ver força, contradições...são gente! Hoje acordei com raiva, muita raiva!
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Carta a Paulo Freire
Camarada Paulo Freire,
Não nos conhecemos pessoalmente, mas em idéias, às suas têm me nutrido o corpo a algum tempo. Você Paulo, digo assim pois o respeito e não vejo porque manter aqui nesta carta maneiras hipócritas de relações do mundo, produziu relações e conhecimentos importantíssimos para a educação, e o mundo, mas depois que você Paulo, faleceu, virou mito. O grande educador brasileiro (e é mesmo um dos grandes), mas este título que lhe deram só fez cobrir as suas idéias.
Tudo que é organização, Associação, todo mundo que diz que faz educação popular, diz que usa o método Paulo Freire. Método Paulo Freire, não era mais do que construir conhecimento a partir da relação com o outro e o seu entorno, possibilitando que as pessoas pudessem perceberem-se.
Hoje teu método virou didática, e como toda didática, preocupa-se em achar a melhor forma de transmitir conteúdos. Educação não pode ser isso, o jeito como você fazia não era assim. Era olho no olho, compartilhar experiências no corpo e passar a construir o conhecimento num coletivo de indíviduos com conhecimentos mútuos e distintos. A aprendizagem se dava pois permitia-se pensar, construia-se o caminho do livre pensar, as possibilidades começavam a abrir caminhos, a curiosidade promovia o interesse, as questões buscavam verdades e as verdades como diz Drummond, são dividas em metades diferentes umas das outras, e estas estampavam as contradições, as contradições é que movimentam o mundo. Movimentam o corpo diante de seus limites. Hoje você virou ídolo pop, suas experiências, didática, técnicas de transmissão, e o seu maior feito, que foi perceber a educação como relação e processo de construção, descontrução de conhecimentos e verdades ficou com você em seu túmulo. Alguns, percebo, tentam recuperar esta idéia, o que valorizo muito. Mas a maioria usa suas idéias como entrada no mercado. A educação é tratada como negócio, já era em sua época mas agora esta ainda mais acentuada esta questão. As pessoas reificadas, todas. E suas idéias fazia o contrário disto, humanizava.
Tenho muitas coisas ainda para falar-lhe, mas a carta já esta ficando longa e para uma primeira não quero ser grosseiro e abusar de sua boa vontade. Continuo o papo em outras, são diversas questões e este papo entre eu e você pode ser longo! Tão longo quanto a eternidade que aguarda os átomos que nos formam.
abraços fraternos
aSg
Não nos conhecemos pessoalmente, mas em idéias, às suas têm me nutrido o corpo a algum tempo. Você Paulo, digo assim pois o respeito e não vejo porque manter aqui nesta carta maneiras hipócritas de relações do mundo, produziu relações e conhecimentos importantíssimos para a educação, e o mundo, mas depois que você Paulo, faleceu, virou mito. O grande educador brasileiro (e é mesmo um dos grandes), mas este título que lhe deram só fez cobrir as suas idéias.
Tudo que é organização, Associação, todo mundo que diz que faz educação popular, diz que usa o método Paulo Freire. Método Paulo Freire, não era mais do que construir conhecimento a partir da relação com o outro e o seu entorno, possibilitando que as pessoas pudessem perceberem-se.
Hoje teu método virou didática, e como toda didática, preocupa-se em achar a melhor forma de transmitir conteúdos. Educação não pode ser isso, o jeito como você fazia não era assim. Era olho no olho, compartilhar experiências no corpo e passar a construir o conhecimento num coletivo de indíviduos com conhecimentos mútuos e distintos. A aprendizagem se dava pois permitia-se pensar, construia-se o caminho do livre pensar, as possibilidades começavam a abrir caminhos, a curiosidade promovia o interesse, as questões buscavam verdades e as verdades como diz Drummond, são dividas em metades diferentes umas das outras, e estas estampavam as contradições, as contradições é que movimentam o mundo. Movimentam o corpo diante de seus limites. Hoje você virou ídolo pop, suas experiências, didática, técnicas de transmissão, e o seu maior feito, que foi perceber a educação como relação e processo de construção, descontrução de conhecimentos e verdades ficou com você em seu túmulo. Alguns, percebo, tentam recuperar esta idéia, o que valorizo muito. Mas a maioria usa suas idéias como entrada no mercado. A educação é tratada como negócio, já era em sua época mas agora esta ainda mais acentuada esta questão. As pessoas reificadas, todas. E suas idéias fazia o contrário disto, humanizava.
Tenho muitas coisas ainda para falar-lhe, mas a carta já esta ficando longa e para uma primeira não quero ser grosseiro e abusar de sua boa vontade. Continuo o papo em outras, são diversas questões e este papo entre eu e você pode ser longo! Tão longo quanto a eternidade que aguarda os átomos que nos formam.
abraços fraternos
aSg
sábado, 9 de junho de 2007
sopro
Sopro
som coxo
em labirintos
de escambos.
Ressonância
aguda do oco
moco do bambú.
Vibração
de cipós vocais
onde me guardo de segredos
o som quase não sai
e quando chega....
ESTRONDO
pele se lançando com outras no infinito oculto do prazer.
rasgação de seda fria
a língua escorrega no cheiro doce dos teus caminhos.
(e) os mistérios, perpétuos,
tornam-se finitos.
(aSg para An)
som coxo
em labirintos
de escambos.
Ressonância
aguda do oco
moco do bambú.
Vibração
de cipós vocais
onde me guardo de segredos
o som quase não sai
e quando chega....
ESTRONDO
pele se lançando com outras no infinito oculto do prazer.
rasgação de seda fria
a língua escorrega no cheiro doce dos teus caminhos.
(e) os mistérios, perpétuos,
tornam-se finitos.
(aSg para An)
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Discurso de Chaves
Neste link esta um discurso do Presidente Hugo Chaves da Venezuela. Neste há uma manifestação em apoio à não renovação da concessão de TV à RCTV venezuelana.
Estas coisas nossa imprensa não mostra. Então lá vai o Link.
http://www.youtube.com/watch?v=4kmIBhLdqxU
http://www.youtube.com/watch?v=SjUSJGC07e4
Estas coisas nossa imprensa não mostra. Então lá vai o Link.
http://www.youtube.com/watch?v=4kmIBhLdqxU
http://www.youtube.com/watch?v=SjUSJGC07e4
grito
Foda-se. O bendito dito controle. Foda-se.
Foda-se. O maldito dito medo. Foda-se.
Foda-se eu sobre eu mesmo sendo o que sou. Foda-se.
e Foda-se tudo o mais que não quero ser e ter. estas alegrias infames,
as tristezas carregadas de avareza. a melancolia parea da sofreguidão.
Foda-se a minha filha da putisse, este controle inquieto de nervos, esta bebedeira falsa que consome o amago deste oco, moco e fugaz corpo.
Foda-se.
Foda-se. O maldito dito medo. Foda-se.
Foda-se eu sobre eu mesmo sendo o que sou. Foda-se.
e Foda-se tudo o mais que não quero ser e ter. estas alegrias infames,
as tristezas carregadas de avareza. a melancolia parea da sofreguidão.
Foda-se a minha filha da putisse, este controle inquieto de nervos, esta bebedeira falsa que consome o amago deste oco, moco e fugaz corpo.
Foda-se.
sábado, 2 de junho de 2007
Ilha
Como fazer para sair da ilha?
- talvez pela ponte?
- que ponte?
Quando a ilha é a limitação encerrada em meu corpo, como fazer?!
Criar pontes entre as ilhas, ser assim um arquipelago?
Criar pontes? As pontes podem ser fugas? de uma ilha que eu não aguento estar.
Será que entender a ilha, pode significar liberdade?
E o que é a liberdade encerrada em uma ilha?
Oras! O que é a liberdade?
O que significa a liberdade no outro? com o outro? através do outro?
Amor de ilhas!?!
- talvez pela ponte?
- que ponte?
Quando a ilha é a limitação encerrada em meu corpo, como fazer?!
Criar pontes entre as ilhas, ser assim um arquipelago?
Criar pontes? As pontes podem ser fugas? de uma ilha que eu não aguento estar.
Será que entender a ilha, pode significar liberdade?
E o que é a liberdade encerrada em uma ilha?
Oras! O que é a liberdade?
O que significa a liberdade no outro? com o outro? através do outro?
Amor de ilhas!?!
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