quarta-feira, 20 de junho de 2007

Grito II

Ahhhh saia de mim dor de peito partido...não és tu que me controla, são só os meus sentidos....
Saia de mim dor de peito remoído, dor de posse do outro, dor de angústia de ser.
Choro...choro...deságuo a água impura...pura, católicamente pura, judaícamente pura, pura, pura, puro monte de prisões...grilhões, assim formam–se minhas aberrações....!
Aprisionado em conceitos construídos além do eu e corporeificados no corpo. Ahhhh....
Mantenho então o mundo num oco vão de corpo insano.
Reconstruo o construído. No que acredito?
Eu quero o grito.
O grito que confunde e funde todos os pedaços do eu no chão. Junto à terra. Ao fosso nas águas escuras e profundas, nos becos dos lençóis freáticos. Frenéticos afazeres diários...cotidianos passando, cotidianos passando, cotidianos passando.
Eu quero o grito.
O grito que escancara a cara. Estampa a fissura, rasga o osso e sangra dentro dum moço.
Ah moço. O que queres? O que queres? O que queres?
Eu quero o grito.
Eu quero o sopro.
Eu quero a rouquidão do meu cansaço em grito.
Eu quero meu corpo são.
São diversos e confusos. São.
Eu quero meu corpo são.

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